ÁGUA SUBTERRÂNEA E VITÓRIA DA CONQUISTA – BA: GESTÃO DOS RECURSOS E VULNERABILIDADE

Publicado
2021-09-01

    Autores

  • EDUARDO SILVEIRA BERNARDES Associação Brasileira de Águas Subterrâneas
  • LILIANE IBRAHIM
  • CLAUDIO MEIRA DE ANDRADE
  • DEBORA LEONARDO DOS SANTOS

Resumo

O Planalto de Conquista é uma unidade geomórfica com cerca de 200 km de extensão e 60 km em média de largura, que funciona como interflúvio das bacias do Rio de Contas e do Rio Pardo. Seu relevo é pouco acidentado com pequenas ondulações isoladas de topos arredondados, que podem chegar a 1.200 m de altitude, e correspondem à exposição de quartzitos proterozóicos da Formação Bate Pé-Tremedal. O planalto, com média de 950 m de altitude, é coberto por depósitos predominantemente arenosos do Terciário (Mioceno) submetidos a intensa eluviação; essa região apresenta muitas depressões de origem tectônica, que formaram lagoas e foram preenchidas por sedimentos quaternários. O município de Vitória da Conquista é um centro regional, com mais de 340 mil habitantes, que atende à demanda por serviços de toda natureza de 80 cidades da Bahia e outras 20 do norte de Minas Gerais. O suprimento de água da cidade vem de duas barragens da cidade de Barra do Choça, situada na borda leste do planalto, distante cerca de 30 km. Desde 2012, a cidade já passou por muitos racionamentos e isso gerou uma busca pela água subterrânea de maneira bastante intensa e pouco racional. O aquífero livre de onde se obtém essa água é pouco profundo e de baixa produtividade, restrito a camadas arenosas dos sedimentos terciários e quaternários, que se sobrepõem a camadas argilosas provavelmente formadas pela alteração de rochas do embasamento. As profundidades dos poços giram em torno de 25 a 70 metros e a vazão está na faixa de 0,7 a 10 m3/hora, embora se possa afirmar que as informações sobre esse aquífero ainda são pouco consistentes. O que se apresenta um problema no município são áreas de baixios, que se constituem vazios urbanos pela possibilidade de cheias durante chuvas torrenciais, e se encontram sem qualquer plano de gerenciamento para se evitar a disposição de materiais que podem vir a contaminar o aquífero, pois muito provavelmente são as principais áreas de recarga do mesmo.

Como Citar
BERNARDES, E. S., IBRAHIM, L., MEIRA DE ANDRADE, C., & DOS SANTOS, D. L. (2021). ÁGUA SUBTERRÂNEA E VITÓRIA DA CONQUISTA – BA: GESTÃO DOS RECURSOS E VULNERABILIDADE. Águas Subterrâneas. Recuperado de https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/29359