Investigação da atividade estrogênica em águas subterrâneas do Estado de São Paulo

Palavras-chave: BLYES. Endocrine disrupting chemicals. Groundwater. BLYES. Interferentes endócrinos. Águas subterrâneas.

    Autores

  • Gilson Alves Quináglia Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, CETESB
  • Daniela Dayrell França Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, CETESB
  • Gisela de Assis Martini Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, IPEN
  • Fabiano Fernandes Toffoli Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, CETESB
  • Rosângela Pacini Modesto Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, CETESB
  • Rúbia Kuno Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, CETESB
  • Maria Inês Zanoli Sato Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, CETESB

Resumo

Os interferentes endócrinos são substâncias químicas de diversas naturezas como hormônios naturais (estrona - E1, estradiol - E2, estriol - E3), hormônios sintéticos (etinilestradiol - EE2, utilizado em anticoncepcionais), compostos orgânicos sintéticos como o bisfenol A, praguicidas organoclorados como o DDT, entre outros, capazes de interferir na ação dos hormônios. Com o atual quadro de demanda hídrica no Estado de São Paulo e consequente aumento da exploração de água subterrânea, o potencial de infiltração de água superficial contaminada por interferentes endócrinos na água subterrânea tem aumentado devido ao rebaixamento do lençol, especialmente nos locais onde poços de alta vazão estão localizados próximos às águas superficiais. As redes de esgotos danificadas e sistemas sépticos podem também levar a lixiviação desses compostos para as águas subterrâneas. Com objetivo de investigar a atividade estrogênica em águas subterrâneas do Estado de São Paulo, a CETESB utilizou no presente estudo o bioensaio BLYES (Bioluminescent Yeast Estrogen Screen), baseado em leveduras bioluminescentes, no período de 2011 a 2015. Dos 78 pontos de coleta da rede de monitoramento, 6 apresentaram atividade estrogênica superior ao limite de quantificação do método, entretanto, os valores ficaram abaixo do valor de referência de 3,8 ng E2 eq L-1, evidenciando que não há risco à saúde humana para consumo de água subterrânea a longo prazo. Os resultados mostram que as águas subterrâneas analisadas estão protegidas quanto à ocorrência de atividade estrogênica.

Como Citar
Quináglia, G. A., França, D. D., Martini, G. de A., Toffoli, F. F., Modesto, R. P., Kuno, R., & Sato, M. I. Z. (2017). Investigação da atividade estrogênica em águas subterrâneas do Estado de São Paulo. Águas Subterrâneas, 31(1), 79–87. https://doi.org/10.14295/ras.v31i1.28667