ESTUDOS ISOTÓPICOS EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO DISTRITO FEDERAL: SUBSÍDIOS AO MODELO CONCEITUAL DE FLUXO

Publicado
2010-09-06
Palavras-chave: isótopos, água subterrânea e modelo de fluxo

    Autores

  • Enéas Oliveira Lousada
  • José Elói Guimarães Campos

Resumo

Este trabalho se refere a estudos isotópicos para caracterização de um modelo de fluxo
proposto para o Distrito Federal. O “Modelo de Duas Superfícies Potenciométricas” foi proposto
por Campos & Freitas-Silva (1998) e estudado por outros autores. O principal objetivo é aplicar
métodos hidroquímicos utilizando-se 18O, 3H e CFC para datar águas subterrâneas. Realizaram -se
análises em amostras de águas rasas e profundas em três pontos na bacia do rio Jardim. Para a
referida região, os valores δ18O variam entre -5,71‰ e -5,19‰, os quais equivalem à média global
do vapor atmosférico e precipitação nos oceanos. Portanto avalia -se que as águas subterrâneas
analisadas não sofreram processos significativos capazes de modificar a composição isotópica. Os
valores de trítio (UT) apresentaram-se relativamente elevados para águas rasas, indicando idades
mais jovens. As águas do fraturado apresentaram valores mais baixos, associadas a épocas de
recargas mais antigas. A avaliação por CFC -11 e CFC-12 corroborou as interpretações com trítio,
porém possibilitou uma abordagem quantitativa. Em análises do CFC-12 para o primeiro ponto
amostrado (EL1-fraturado e EL2-poroso) obtiveram-se idades aproximadas, associadas ao período
de 1990 a 1997. No segundo ponto, as amostras EL3 (fraturado) e EL4 (poroso), apresentaram
variação temporal de 20 anos entre as águas analisadas, associadas ao período de 196 9 a 1989,
respectivamente. As amostras EL5 (poroso) e EL6 (fraturado) também mostraram valores com
variação em intervalo de 15 anos para épocas de entradas das águas de precipitação nos aqüíferos,
associados ao período de 1974 e 1989. O resultado das análises isotópicas confirma a aplicação do
modelo hidrogeológico considerado, pois os dois meios avaliados mostram intervalos de tempo que
variam de 15 a 20 anos para a infiltração das águas. Esse resultado converge para a existência de
dois níveis potenciométricos distintos, uma vez que o retardo para a transferência das águas dos
aqüíferos rasos para os profundos determina a significativa diferença de idade s entre os diferentes
meios.

Como Citar
Lousada, E. O., & Campos, J. E. G. (2010). ESTUDOS ISOTÓPICOS EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO DISTRITO FEDERAL: SUBSÍDIOS AO MODELO CONCEITUAL DE FLUXO. Águas Subterrâneas. Recuperado de https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/23184