VULNERABILIDADE DO AQUÍFERO CÁRSTICO BAMBUÍ, BACIA HIDROGRÁFICA DO BAIXO RIO CORRENTE, OESTE DA BAHIA: APLICAÇÃO DOS MÉTODOS PI E COP
Resumo
Aquíferos cársticos são, naturalmente, sensíveis à contaminação. Suas características intrínsecas, que os tornam mais vulneráveis, também exigem o uso de metodologias apropriadas para a correta avaliação da vulnerabilidade. Dentre essas características pode-se citar: heterogeneidade e anisotropia dos aquíferos, solos rasos e recarga direta feita através de sumidouros e outras feições cársticas. Este trabalho teve como objetivo utilizar métodos de avaliação de vulnerabilidade à contaminação no aquífero cárstico Bambuí, bacia hidrográfica do baixo rio Corrente, oeste da Bahia. O Grupo Bambuí como um todo é a maior expressão, em área, do carste brasileiro. Esse aquífero tem importância no abastecimento local da população, além de ser uma das fontes de água para o rio São Francisco. Foram aplicados os métodos PI e COP, direcionados para o ambiente cárstico, identificando as áreas de maior susceptibilidade à contaminação. O mapa obtido com o método PI indicou a ocorrência de quatro classes de vulnerabilidade: extrema, alta, moderada e baixa. O método COP gerou um mapa com cinco classes, de muito alta a muito baixa. A divergência ocorre em função de alguns parâmetros adotados nos dois métodos serem diferentes, bem como os valores pontuados a cada um. As áreas de maior vulnerabilidade, em ambos os métodos, coincidem com as unidades de maior conteúdo carbonático do Grupo Bambuí, as Formações Sete Lagoas e Lagoa do Jacaré, e também com as áreas de maior desenvolvimento cárstico, onde ocorrem cavernas e sumidouros. Embora os resultados, em maior parte, tenham sido coerentes, constatou-se que a área é muito extensa e com pouca densidade e qualidade de dados para uma avaliação minuciosa como a proposta pelos métodos. Entretanto, os resultados obtidos podem ser utilizados na proteção do aquífero, gestão do recurso hídrico e planejamento de uso do solo.