INTERAÇÃO RIO-AQUÍFERO: CONTRIBUIÇÃO DA DESCARGA DOS AQUÍFEROS NAS VAZÕES DOS RIOS CORUMBATAÍ E ATIBAIA
Resumo
Muitas atividades humanas e ecológicas são dependentes da interação entre rios e aquíferos, o entendimento do comportamento dessas variáveis no ciclo hidrológico pode ajudar na compreensão do armazenamento da água subterrânea e no regime do fluxo de base como forma de direcionar a gestão dos recursos hídricos, com a alocação de recursos e priorização de ações em áreas com potencial para estiagens prolongadas ou com crescimento da demanda. Com o intuito de compreender o comportamento do fluxo de base em rios da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (UGRHI 5 - PCJ), o presente estudo, apresenta uma análise hidrológica baseada na interpretação da recessão, buscando avaliar a influência das condições hidrogeológicas sobre a descarga de águas subterrâneas no rio Corumbataí que drena áreas de afloramento do Sistema Aquífero Guarani (SAG) e do aquiclude Passa Dois e no rio Atibaia sobre o Sistema Aquífero Pré-Cambriano (SPC). Os resultados indicam contribuições distintas do fluxo de base devido a diferença nas áreas de contribuição e posição relativa das estações fluviométricas dentro das bacias. As mais próximas da cabeceira apresentam percentual de fluxo de base maior na composição do fluxo do rio, destacando a relevância da descarga da água subterrânea nestas áreas. Os valores do coeficiente de recessão mostram que o comportamento hidrodinâmico nos diferentes aquíferos é relevante no tempo de armazenamento da água nos aquíferos. No rio Corumbataí a área sobre o SAG tem descargas em intervalos de tempo mais curtos com valores elevados da relação da vazão com o fluxo de base e no rio Atibaia o tempo de permanência é um pouco maior e a contribuição do fluxo de base é um pouco menor que no SAG, que representa a resposta do comportamento da vazão específica dos diferentes aquíferos, o SAG com 1 a 2 m³/h/m e o SPC com valores < 0,5 a 1 m³/h/m.