Avaliação da aplicação de vinhaça em solo arenoso da Formação Rio Claro
Resumo
O uso da vinhaça na fertilização de cana-de-açúcar, embora seja uma prática aceita, deve ser realizado de forma controlada, sendo regulamentado no Estado de São Paulo pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, a partir da Norma Técnica P 4.231/2015. Nesse contexto, o estudo teve como objetivo avaliar o potencial contaminante da vinhaça quando aplicada na dosagem calculada pela referida norma e em dosagens superiores. Para tanto, foram realizados ensaios laboratoriais de percolação a carga constante em colunas com amostras de solo arenoso da Formação Rio Claro. Essas amostras foram previamente infiltradas com as doses de 0 m3/ha (testemunho), 55 m3/ha (equivalente à dose máxima permitida), 80 m3/ha, 400 e 800 m3/ha. A aplicação dessas doses permitiu a avaliação de seus efeitos nos parâmetros hidráulicos do solo estudado e a possível geração de diferentes graus de contaminação no efluente percolado. Os resultados indicaram que a aplicação das doses de 55 e 80 m3/ha não trouxe nenhuma alteração significativa quanto à condutividade hidráulica saturada e que houve um aumento na capacidade de retenção do solo, fator positivo quanto à fertilidade do solo e aspectos ambientais. Entretanto, com a aplicação de doses elevadas (400 e 800 m3/ha), além da redução da condutividade hidráulica, observou-se uma queda progressiva na capacidade de retenção do solo, implicando em perdas por lixiviação e, consequentemente, possível comprometimento da qualidade das águas subterrâneas.