Evolução hidrogeoquímica dos aquíferos mesozoicos da porção sul da Bacia do Paraná no oeste do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil
Resumo
A região oeste do Rio Grande do Sul é marcada por sucessivas crises no abastecimento durante a estação seca. Estudos hidrogeológicos, hidroquímicos e estruturais foram feitos para entender a dinâmica do fluxo subterrâneo dos aquíferos da região. Os aqüíferos do estudo são o Sistema Aquífero Guarani (SAG) e o Sistema Aquífero Serra Geral (SASG). Aproximadamente 90% dos poços capturam água exclusivamente no SASG, enquanto 10% captam água no SAG. O SAG consiste de quatro unidades sedimentares hidroestratigráficas: Botucatu, as Formações Guará e Pirambóia e o Grupo Rosário do Sul, enquanto o SASG consiste de uma unidade hidroestratigráfica, a Formação Serra Geral. O principal objetivo deste estudo é a caracterização hidrogeoquímica dos aquíferos juro-cretáceos da região. Os dados hidroquímicos são do banco de dados do SIAGAS, pertencente ao Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Análises estatísticas por componentes principais e método de agrupamento por distância identificaram três grupos, confirmados pelos diagramas de dispersão. O grupo 1 percola apenas no SASG, enquanto os grupos 2 e 3 mostram enriquecimento em sódio indicando mistura com águas profundas provenientes de aqüíferos confinados sedimentares da bacia do Paraná. O enriquecimento de sódio resulta da troca de cátions em argilas. Além do sódio, íons como sulfato, cloreto e fluoreto aparecem com concentrações significativas em muitos poços. Eles podem ter sido originados da Formação Irati, que está estratigraficamente abaixo do SAG e do SASG.