SUBSÍDIO PARA GESTÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SANTA MARIA/RS

    Autores

  • Leonidas Luiz Volcato Descovi Filho Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo

O presente estudo visa fornecer subsídios para gestão das águas subterrâneas na Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria-BHRSM. Localizada no sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul na borda da Bacia do Paraná na transição para o Escudo Uruguaio Sul-Riograndense, possui uma área de 15.797,300 km². Ocorrem aflorantes cerca de 16 formações geológicas Pavão (2004) destas o Sistema Aquífero Guarani ocorre em cerca de 36%. Estas áreas aflorantes representam áreas de recarga direta dos aquíferos e localmente de descarga na BHRSM. Reuniram-se em quatro Domínios Hidrogeológicos CPRM (2007). Os Domínios 1 e 2 formam Aquíferos porosos intergranulares 83,08%. Os Domínios 5 e 6 formam Aquíferos fissurais 16,92%. Elaborou-se uma proposta de utilização de escalas de abrangência para critério de outorga de uso das águas subterrâneas: Global, Regional e Local. Na escala Global consideraram-se 4 Domínios Hidrogeológicos; 3 Províncias e 7 Sub-Províncias; 7 Sistemas Hidrogeológicos (6 aquíferos e 1 aquitardo) e 16 Unidades Hidroestratigráficas. A escala Regional considerou a Bacia Hidrográfica e suas 21 Seções Hidrológicas de Referência-SHR criadas para setorizar as águas superficiais. Elaborou-se um banco de dados hidrogeológicos relativos a 590 captações por poços. Espacializaram-se na forma de mapas temáticos, as cotas potenciométricas indicativas dos fluxos subterrâneos, a zona vadosa, as concentrações de Sólidos Totais Dissolvidos-STD, as concentrações dos nitratos e a vulnerablidade à contaminação dos aquíferos Método GOD Foster et al. (2006). Essas informações deram origem ao SIG-BHRSM contendo os shapefiles referentes aos planos de informações. O uso preponderante das águas subterrâneas é o abastecimento humano, dispondo-se de uma maior quantidade de informações em áreas urbanas e vazios em áreas rurais. O fluxo subterrâneo predominante tem direção sul-norte, acompanhando o caimento natural do terreno. A potenciometria notou-se evidências da uma contribuição dos aquíferos para os escoamentos de base dos cursos de água, além de se constatar a existência de um fluxo transfronteiriço para o lado Uruguaio. As classes de vulnerabilidade foram: alta 35,6%, seguida da média 30,2%, baixa 26,5%, insignificante 5,7 % e na extrema 0,4%. As áreas com vazios de informação corresponderam a 1,1% da BHRSM. A sobreposição do critério concentrações de STD nas classes 1 e 2 ao da vulnerabilidade à contaminação das águas subterrâneas servirão de diretrizes para a implementação dos instrumentos de gestão de forma integrada com as demais políticas de proteção ao ambiente físico. Estas diretrizes foram espacializadas em três escalas: a Global igual ou menor a 1: 250.000 (generalizada), a Regional entre. 1: 250.000 e 1: 50.000 (semi-detalhe) e a Local, de 1: 50.000 ou maior (maior detalhe). Esta segmentação em escalas visa subsidiar a implementação dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos subterrâneos em uma bacia hidrográfica.

Como Citar
Volcato Descovi Filho, L. L. (2009). SUBSÍDIO PARA GESTÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SANTA MARIA/RS. Águas Subterrâneas, 23(1). Recuperado de https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/27875