O USO DOS PERFIS GEOFÍSICOS NA DEFINIÇÃO DE AMBIENTES DEPOSICIONAIS

Publicado
2000-09-11
Palavras-chave: Perfis Geofísicos, Definição de Ambientes Sedimentares

    Autores

  • Geraldo Girão Nery
  • Sérgio B. R. de Barros

Resumo

Várias dificuldades ocorrem na definição litológica entre sedimentos das
Formações Botucatu e Pirambóia, na Bacia do Paraná. Tradicionalmente, a primeira é
considerada como tendo sido depositada em ambiente eólico enquanto a segunda, em
ambiente flúvio-lacustrino/eólico. Freqüentes interdigitações de camadas eólicas e fluviais
são encontradas na bibliografia mundial, indicando uma forte coexistência entre tais
depósitos. Exemplares de perfis geofísicos de poços profundos da PETROBRAS
mostram contatos abruptos entre ambas formações, como se fossem dois eventos em
separados. Por outro lado, constata-se, em simples consulta ao Banco de Dados de
perfis da HYDROLOG, exemplos clássicos de interdigitação em perfis de poços rasos.
As areias eólicas do Botucatu são praticamente isentas de argila em seus poros,
sendo, portanto, os bons aqüíferos da bacia. Ocorre nas areias sílticas do Pirambóia,
exatamente o contrário; o alto teor de argilosidade reduz sensivelmente sua eficiência
hidráulica. É importante ter-se em mente que critérios granulométricos usados para
identificar diferentes ambientes deposicionais, tornam-se ambíguos ou confusos quando
os sedimentos eólicos forem retrabalhados por rios.
Este trabalho mostra o uso dos perfis geofísicos na distinção qualitativa entre
sedimentos eólicos e subaquosos, sem levar em consideração denominações específicas
de formações, somente analisando o formato das curvas tipo API (American Petroleum
Institute).
O perfil de Raios Gama Convencional (RG) registra o teor de Urânio, Tório e
Potássio (K40) das rochas. A argilosidade dos aqüíferos é função do teor de K40
proveniente das micas e feldspatos preexistentes. Problemas que ocorram em arcósios e conglomerados policompostos podem ser contornados com o uso de outras curvas como
a Resistividade Indutiva Profunda (DIR ou 6FF40), Normal Curta (SN ou R16), embora
esta última seja bastante influenciada pelos volumes de lama e filtrado. Eventualmente,
podem ser utilizados o SP e o Sônico.

Como Citar
Nery, G. G., & de Barros, S. B. R. (2000). O USO DOS PERFIS GEOFÍSICOS NA DEFINIÇÃO DE AMBIENTES DEPOSICIONAIS. Águas Subterrâneas. Recuperado de https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/24099