DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUBTERRÂNEA NOS REJEITOS DE BENEFICIAMENTO DO MINÉRIO DE FERRO – CASO DA BARRAGEM DO PONTAL, EM ITABIRA, MINAS GERAIS
Resumo
Barragens de rejeito são imprescindíveis em atividades minerárias que adotam
procedimentos de concentração de minério, por via úmida, e que, conseqüentemente, geram
resíduos que necessitam ser armazenados adequadamente. Particularmente, o processo de
concentração de minério de ferro requer grandes estruturas de contenção devido ao volume elevado
de material processado e de rejeito gerado. O rejeito do minério de ferro é constituído basicamente
por sílica e finos de hematita, com granulometria similar à da areia fina. Devido à alta concentração
de matéria sólida destes rejeitos, as barragens acumulam uma grande quantidade de sedimentos,
podendo esgotar, em pouco tempo, todo o seu volume de reserva. Em virtude da dimensão espacial
destes sistemas de contenção, assim como da constituição porosa e do grau de saturação do meio, e,
conseqüentemente, da capacidade de armazenamento e de condução de água, todo este pacote de
rejeito pode ser considerado como um aqüífero artificial. Motivado por esta hipótese, estudou-se a
capacidade potencial de armazenamento e de fornecimento da água destes aqüíferos artificiais. Em
particular, estudou-se o caso da barragem do Pontal, depositária dos rejeitos de concentração do
minério de ferro extraído no Complexo Minerador de Itabira, da empresa Vale, em Minas Gerais.