CONTROLE ESTRUTURAL DO FLUORETO NO AQUÍFERO CÁRSTICO DO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO – MG
Resumo
O consumo de água subterrânea com excesso de fluoreto tem provocado fluorose dental
em grande parte da população infantil no vale do Rio São Francisco. A fluorose dental ataca o
esmalte do dente, podendo gerar deformidades anatômicas dos dentes e até mesmo a sua perda total.
A pesquisa realizada no município de São Francisco revelou ser a fluorita disseminada no Calcário
Bambuí o mineral responsável pela liberação do fluoreto para as águas subterrâneas. Constatou-se
uma grande influência das estruturas geológicas no teor de fluoreto encontrado nessas águas, pois a
dissolução desse elemento químico é proporcional à dificuldade de renovação dessas águas em
profundidade. No aqüífero cárstico-fissural, o fluxo das águas infiltradas é facilitado ao longo das
fraturas abertas, ocorrendo o inverso com aquelas fechadas. Assim, as fraturas distensivas
propiciam maior vazão aos poços que as interceptam, com menores teores de fluoreto dissolvido, ao
passo que as fraturas compressivas, como as de cisalhamento, propiciam baixas vazões aos poços
que as interceptam e mais elevado teor de fluxo a essas águas. O modelo estrutural definido nessa
pesquisa permitiu definir quais as direções estruturais mais aconselháveis para serem exploradas nas
futuras captações de água subterrânea através de poços tubulares.