CONTAMINAÇÃO DO AQÜÍFERO TAUBATÉ POR UMA LAGOA DE EFLUENTES INDUSTRIAIS CONTENDO BORO
Resumo
O impacto das águas subterrâneas rasas do Aquífero Taubaté causado por uma lagoa receptora de efluentes industriais localizada no Município de Taubaté (SP) foi investigado através de um estudo hidrogeoquímico realizado em campanhas
semestrais de amostragem. Através dos resultados foi possível identificar três ambientes hidrogeoquímicos distintos no aquífero: bicarbonatadas sódicas, cloretadas sódicas e mistas sódicas, com teores variáveis de sulfato. A presença de Na+, Cl-, SO4 2- e B no aquífero é decorrente dos lançamentos de efluente na lagoa e à influência desta em relação ao aquífero. Quanto à contaminação por boro, pôde-se perceber que os efluentes industriais com relativas concentrações de boro mesmo pós-tratamento, impactaram a água da lagoa (0,16mg/L), o sedimento de fundo (112mg/kg) e o aqüífero em seu entorno (solo subjacente - 49,8mg/kg e água
subterrânea - 1,66mg/L), cuja pluma foi delimitada com comprimento longitudinal de 120m e profundidade de até 10m. As maiores concentrações de boro observadas no sedimento de fundo do lago indicam uma barreira geoquímica associada diretamente ao pH alcalino da água do lago que favorece a dissociação do ácido bórico (H3BO3) em ânion borato (B(OH)4-), cujo comportamento de adsorção é praticamente irreversível, atenuando expressivamente a contaminação de boro no aqüífero.