AVALIAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE ÍON FLUORETO NAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DOS AQUÍFEROS TUBARÃO E CRISTALINO, REGIÃO DE SALTO (SP)
Resumo
Nos Municípios de Salto e Indaiatuba (SP), foram detectadas concentrações anômalas de fluoreto em águas de 19 poços tubulares profundos, com valores médios de 3,03 mg dm-3 e o máximo de 6,95 mg dm-3, constituindo restrição ao uso das águas para consumo humano. Os poços extraem água dos Aquíferos Tubarão (sedimentar, granular) e Cristalino (granítico, fissural) e são utilizados para fins sanitários e/ou em processos industriais. A fonte de fluoreto no Aqüífero Cristalino pode estar associada a fluidos de percolação hidrotermal através de fraturas ou à hidrólise de biotitas ou anfibólios de rochas graníticas. O flúor pode ser fixado em hidroxi-silicatos e hidroxi alumino-silicatos complexos, substituindo os íons hidroxilas (OH-) de anfibólios e de minerais do grupo das micas. Para o Aqüífero Tubarão a presença de flúor nas rochas sedimentares pode estar relacionada a argilominerais (esmectita, vermiculita, clorita) pela troca iônica de OH- por F-. A liberação dos íons F- para as águas subterrâneas é controlada pela composição mineralógica das formações geológicas, pH, presença de íons colóides complexantes, pelas águas que percolam através dos materiais e o tempo de interação rocha-água.