Evolução espacial e temporal da contaminação por nitrato no aquífero urbano de Urânia (SP)

Publicado
2019-06-15
Palavras-chave: Urban contamination. Adamantina Aquifer. Hydrochemistry. Contaminação urbana. Aquífero Adamantina. Hidroquímica.

    Autores

  • Carlos Henrique Gil Marques Universidade de São Paulo - Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas
  • Rafael Terada Universidade de São Paulo - Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas
  • Paulo Galvão Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Ricardo Hirata Universidade de São Paulo - Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas

Resumo

Localizada sobre os domínios do Aquífero Adamantina (Sistema Aquífero Bauru), a cidade de Urânia/SP está significativamente contaminada por nitrato (NO3-) via processo de urbanização, inicialmente sem instalação da rede de esgoto ainda na década de 1960. Este estudo objetiva avaliar a evolução dessa contaminação no tempo e espaço, a partir de análises químicas de 13 campanhas de amostragem nos últimos 20 anos. Foi efetuada a compilação de dados químicos e seleção de grupos de poços, bem como novas amostragens de água, para buscar padrões de concentração de nitrato em regiões distintas da cidade. Concluiu-se que o maior grau de contaminação está historicamente na porção rasa do aquífero, nas proximidades do córrego Comprido e na região noroeste da cidade (>150 e 100 mg/L NO3-, respectivamente). Isso se deve à alta densidade de fossas negras previamente existentes (48 fossas/km² e 23 fossas/km², respectivamente) e, no caso da área noroeste, devido à ocupação urbana mais antiga e por vazamentos de uma rede de esgoto instalada ainda em 1977 e sem manutenção. Essas duas áreas também apresentaram elevadas concentrações (50 a 100 mg/L NO3-) na porção intermediária do aquífero, indicando que a contaminação atinge profundidades maiores. A porção sul da cidade é historicamente a de menor contaminação, devido a urbanização tardia, em parte concomitante com a chegada da rede de esgoto (em 1985), além da menor densidade de fossas negras (17 fossas/km²), apresentando, na maioria das análises, valores de até 50 mg/L NO3-.

Como Citar
Marques, C. H. G., Terada, R., Galvão, P., & Hirata, R. (2019). Evolução espacial e temporal da contaminação por nitrato no aquífero urbano de Urânia (SP). Águas Subterrâneas, 33(3), 258–269. https://doi.org/10.14295/ras.v33i3.29524